01 junho, 2012

Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança (Ghost Rider: Spirit of Vengeance, EUA, 2012).


Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança é um filme escroto. Entretanto, apesar do que o termo aparentemente significa, destaco que o é no bom sentido. Dirigido pelos sempre surtados Mark Neveldine e Brian Taylor (Adrenalina, Gamer), o filme possui um roteiro tão ruim quanto o do primeiro filme de 2007, mas possui um estilo tão particular e "coerente" com sua proposta do início ao fim, que o torna no mínimo interessante. No entanto, é quase certo que para se apreciar o filme o espectador deve estar conectado ao clima non sense e as viagens pirotécnicas e alucinógenas concebidas pela dupla de diretores, aspecto este que é marca registrada dos mesmos. Some-se a isso mais uma performance surtada do icônico Nicolas Cage (Os Vigaristas) e pronto, tem-se aqui um raro exemplar que pode ser prontamente definido como um bom filme ruim, já que até para errar deve-se fazer direito.

Ao contrário do longa de 2007, vendido como um filme dark mais que tentava se aproximar de um Homem-Aranha da vida, Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança não é nem um filme de ação, nem um filme de horror, mas sim uma comédia de humor negro pontuada com cenas de ação mirabolantes e hiperbólicas. Contudo, os demais elementos do filme não funcionam bem. Tanto os personagens de Idris Elba (Thor), Christopher Lambert (Highlander), Ciarán Hinds (A Mulher de Preto) e Johnny Whitworth (Jackass) quanto suas interpretações são fracos, salvando-se apenas Nicolas Cage, não pelo grande desenvolvimento do personagem (que continua péssimo), mas sim por suas já corriqueiras caras e bocas, que apesar de sem sentido, soam divertidas.

É justamente o fato de ser "fiel" a falta de sentido que faz com que este segundo filme do personagem Motoqueiro Fantasma seja mais interessante do que o anterior, apenas bobo.  Os efeitos visuais, carro chefe da grande maioria dos filmes do gênero, apresentam-se legais - de certa forma até melhores do que o filme anterior, apesar daquele ter tido um orçamento maior - e, somados as loucuras elaboradas por Neveldine e Taylor conjuntamente aos roteiristas Scott Gimple (série Flashfoward), Seth Hoffman (Série Prison Break) e David S. Goyer (Batman Begins), baseados num argumento deste último, dão um certo diferencial ao filme.

Com um visual interessante, cenas criativas mas que não carregam a essência do personagem Motoqueiro Fantasma - o mesmo pede um clima pesado, horripilante, não um carnaval de cores e pirotecnia insana - e um roteiro tão fraco e recortado - a transição de uma sequência dramática para outra é sofrível -, Motoqueiro Fantasma: Espírito de Vingança acaba por não se sustentar, apresentando-se como um filme "bem intencionado", mas que possui muito mais erros do que acertos em sua execução, sofrendo ainda mais pela óbvia comparação aos demais filmes de heróis do ano, do arrasa quarteirão Os Vingadores aos vindouros (e possivelmente melhores) O Espetacular Homem-Aranha e Batman: O Cavaleiro das Trevas Ressurge. Rechaçado pela maioria da crítica especializada (alguns membros desta o consideraram ainda pior que o primeiro filme) e pouco visto pelo público (o filme se saiu bem melhor nos mercados internacionais do que nos Estados Unidos), acredito que a melhor definição para este produto de identidade falha - não conseguiu ser o filme de "herói" esperado, muito menos o exercício estético "autoral" de Neveldine e Taylor - seja mesmo a classificação de bom filme ruim.

AVALIAÇÃO: 
Trailer: 


Mais informações:
Bilheteria: Box Office Mojo

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