12 março, 2012

Um Sonho Distante (Far and Away, EUA, 1992).


Eu sou irlandês e ficarei na Irlanda até morrer!" (Joseph Donnely, personagem de Tom Cruise)
 "Você mergulha e limpa. Mergulha e limpa(Joseph Donnely).
 "Vamos fingir que esta casa é nossa, que você é meu marido e que sou sua esposa" (Shannon Christie, personagem de Nicole Kidman).


Ron Howard (EdTV) nunca foi um diretor excepcional, começando sua carreira dirigindo comédias leves (ou seriam bobinhas?), mas com um certo charme e filmes de aventura corretos, como os oitentistas de corpo e alma Cocoon, de 1985 e Willow - Na Terra da Magia, de 1988. Entretanto, nunca havia realmente realizado um filme de grande notoriedade artística e, infelizmente, sua primeira aposta num épico histórico não o alçou a tal categoria. Um Sonho Distante não é de forma alguma um filme ruim, sua produção é de primeiro nível, da escalação do elenco aos profissionais de figurino e desenho de produção, além da trilha sonora marcante a cargo de John Williams (Tubarão), mas quanto ao roteiro - co-escrito por Howard - o filme deixa a desejar. Quando destaco o roteiro não me refiro a furos ou falta de sentido lógico no mesmo, pelo contrário, quanto a isto o mesmo é bastante correto. O problema deste é a previsibilidade em quase toda a projeção, além dos clichês empregados com pouca criatividade, do excesso de romantismo - veja bem, não disse romance - na condução da história e do positivismo e estereotipagem exacerbados (vilões possuem bigodes e mocinhos não?).

Quanto ao elenco, o grande destaque vai mesmo para mais um encontro entre os ex-casados (na época ainda não eram nem sequer casados) Tom Cruise (Missão: Impossível) e Nicole Kidman (Moulin Rouge), visto que apesar de bom, o elenco de apoio é basicamente formado por "desconhecidos" do assim categorizado "cinemão".  Quanto a Cruise, apesar de não dar um show de interpretação à exemplo de seus filmes anteriores, Rain Man e, principalmente, Nascido em 4 de Julho, ganha o espectador através de seu esforço e carisma (talvez as maiores qualidades deste como ator) além da boa dicção do sotaque irlandês. Já Kidman (antes da escova progressiva) aqui representa a velha moçoila rica que compreende melhor o mundo após uma "jornada de aventura" não esperada, sendo competente no bê-a-bá que o papel pede.

Enfim, apesar de não ter um show de interpretações, personagens com grande destaque que marquem de imediato (a não ser o pai da personagem de Kidman, Daniel Christie, interpretado por Robert Prosky), uma história inesquecível ou até mesmo uma sequência espetacular (aa mais marcantea talvez sejam a da casa "abandonada" nos Estados Unidos, que é delicada e a cavalgada por terra em Oklahoma, que culmina numa bela sacada visual de Howrad no clímax final), Um Sonho Distante é uma sincera homenagem de Howard à terra de seus descendentes, capturadas com delicadeza por sua câmera no início do longa e um belo registro de época da América do século XIX. Não é um grande filme, principalmente por mostrar-se simplório em demasia em sua concepção, mas serviu como trampolim para o amadurecimento gradual de Howard como cineasta, culminando com um Oscar no hoje longínquo ano de 2001, pelo filme Uma Mente Brilhante.


AVALIAÇÃO: 6 de 10.

Trailer:

Mais informações:

Um Sonho Distante

Bilheteria: Box Office Mojo

IMDb - Internet Movie Database:

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