08 março, 2012

50 % (50/50, EUA, 2011).


"Ninguém quer transar comigo. Pareço o Voldemort!" (Adam).
 " Estou cansado de estar doente" (Adam).
 "Quem gosta de por um p** na boca?" (Kyle = leia-se Seth Rogen).
Nunca conferi um filme que tivesse como tema central uma doença terminal que fosse abordado de forma tão pessoal e leve como quanto em 50%. É claro que no que se diz respeito à profundidade temática o filme deve um pouco, entretanto o argumento de tão "inusitado" torna-se extremamente orgânico e crível, transportando assim as angústias e incertezas do personagem de Joseph Gordon-Levitt (A Origem) para o espectador, funcionando como uma espécie de leve catarse. Levitt está brilhante ao interpretar o jovem de vida e costumes saudáveis que descobre que possui um tipo raro de câncer, transparecendo fragilidade e força sem soar em momento algum contraditório. Co-estrelado por Seth Rogen (Ligeiramente Grávidos), que faz aqui mais um papel "Rogeniano", Angelica Houston (A Família Addams), Bryce Dallas Howard (Histórias Cruzadas) e Anna Kendrick (Amor Sem Escalas), 50% é um drama tocante, uma comédia classuda e, mais do que tudo, uma bela lição de vida, mesmo que para isso tenha que falar de um tema tão próximo da morte.

Inspirado numa história real (o próprio roteirista do filme, Will Reiser, passou pela situação e escreveu o roteiro do filme), 50% encontra-se numa categoria de raridade no que se refere a este tipo de filme, visto que um filme que foca o câncer como personagem motriz da trama de forma a dinâmica e muitas vezes cômica é praticamente insistente. Entretanto, apesar da sutiliza e da aposta no humor, 50% nunca soa pedante ou banal, apresentando inclusive grandes momentos de tensão, dor e emoção, tornando-se assim mais próxima a um retrato poético de uma possível realidade próxima a qualquer um de nós do que um retrato fiel e objetivo da descoberta e posterior tratamento de tal enfermidade. 

Com uma mensagem bacana, soluções que sugerem uma proximidade maior com nosso cotidiano e um elenco de primeira, 50% é feliz em quase tudo a que se propõe, até mesmo em nos mostrar um Seth Rogen interpretando mais um derivado de Seth Rogen. Para finalizar, destaco que o filme, apesar da dureza e escuridão do tema, nada mais é do que uma homenagem a vida e, principalmente, ao ato de lutar para/por/e viver.


AVALIAÇÃO: 8 de 10.

Trailer:

Mais informações:

50%

Bilheteria: Box Office Mojo

IMDb - Internet Movie Database:

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